Seara dos Médiuns

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Capítulo V

Curiosidade


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Reunião pública de 18 de Janeiro de 1960

de “O Livro dos Médiuns”


A curiosidade, quando respeitável, é princípio da ciência, mas somente princípio. Sem trabalho perseverante, assemelhar-se-ia, decerto, ao primeiro passo de uma longa excursão, interrompida no limiar.

E observando-se que o progresso é obra de todos, é preciso que o seareiro da ação palmilhe a senda dos precursores para realizar o serviço que lhe compete.

Colombo descobre as terras do Novo Mundo, depois de anotar os apontamentos de Perestrelo.

Planté articula os acumuladores de eletricidade, sob a forma de energia química, mas toma por base a pilha de Volta.

Marconi, para alcançar o telégrafo sem fios, utiliza as experiências de Branly.

Pasteur demonstra definitivamente a origem microbiana das doenças infecciosas, precedido, porém, por Davaine e outros.

Para tudo isso, no entanto, não se imobilizam em poltronas de sonho, nem param à frente de esboços. Lutam e sofrem, gastando fósforo e tempo.

Por outro lado, é imprescindível reconhecer que a curiosidade, ante o deslumbramento, é qual semente de árvore destinada a bons frutos, conservada, porém, sob uma campânula de vidro.

Imaginemos um índio, habituado aos sons da inúbia e do boré, que aspirasse a conhecer melodias mais elevadas.

Apresentar-lhe, só por isso, uma partitura de Beethoven seria o mesmo que propor a filosofia de Spinosa a uma criança de berço.

Antecedendo a conquista, é imperioso que a educação lhe administre o solfejo na iniciação musical.


Não esperes, assim, que os Espíritos Angélicos venham ferir-nos o aprendizado.

Quaisquer recursos demasiado transcendentes, que nos trouxessem, serviriam apenas como fatores de encantamento inútil, à maneira de fogos de artifício, tumultuando a emoção dos meninos necessitados da escola.

Da pedra ao micróbio, do micróbio ao verme, do verme ao homem e do homem à estrela, o Universo é todo um conjunto de soberbos fenômenos, desafiando-nos o conhecimento e a interpretação.

Também, na mediunidade, não aguardes concessões de pechincha.

Há, nos reinos do espírito, leis e princípios, novas revelações e novos mundos a conquistar. Isso, entretanto, exige, antes de tudo, paciência e trabalho, responsabilidade e entendimento, atenção e suor.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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