Capítulo XVII

Usufruto e paciência


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Ante as leis da Terra, a propriedade, pertença ao grupo social ou ao indivíduo, é sempre credora de respeito; entretanto, perante a Criação Divina, a ideia do usufruto é grande fator de paciência ao coração.

Se raciocinas em termos de vida eterna, lembrar-te-ás, decerto, que os teus mais valorosos ascendentes vieram à Terra, desfrutaram-lhe os bens e voltaram à Espiritualidade que se nos faz o campo de origem.

Reflete nisso para que os abalos da desvinculação no mundo não te comprometam equilíbrio e saúde.

Os entes mais queridos buscaram-te a companhia ou buscaste a companhia deles, no entanto, surgirá o momento em que se despedirão de ti ou no qual te despedirás deles, sob os imperativos das leis de mudança construtiva, conquanto o amor permaneça intacto, prenunciando as alegrias do reencontro.

Os bens que, porventura, reuniste se transferirão de teu nome para outros, sejam esses outros familiares que se te ligam na consanguinidade ou companheiros diferentes que te conferirão continuidade ao trabalho.

Poder que detenhas, por muito se te demore nas mãos, passará para mãos alheias, considerando-se as transformações inevitáveis.

Influência que possuas cederá com o tempo.

Determinadas faculdades da inteligência, tê-las-ás no Plano Físico, enquanto puderes sustentar-te em corpo relativamente robusto, à maneira do violinista que apenas se manterá em alta forma, enquanto conseguir dispor da integridade do instrumento.

Atentos à realidade de que todos usufruímos recursos que, na essência, não nos pertencem, estejamos alertas, amando sem possessão e servindo sem apego.

Considera a posição de usufrutuário em que te encontras na experiência terrestre e sejam quais forem as circunstâncias adversas em que te vejas no mundo, a paciência não te faltará.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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