Caminho Espírita

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Capítulo XIX

Enfermidade


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Enquanto nos escasseie educação, nos domínios da mente, a enfermidade por mortificação involuntária, desempenhará expressivo papel em nossa vida espiritual.

Na maioria das circunstâncias, somos nós quem lhe pede a presença e o concurso, antes da reencarnação, no campo da existência física, à maneira do viajor, encomendando recursos de segurança para a travessia do mar; e, em ocasiões outras, ela constitui auxílio de urgência, promovido pela bondade dos amigos, que se erigem, nas Esferas Superiores, à condição de patronos da nossa libertação para a Vida Maior.


À face de semelhante motivo, doenças existem de múltiplas significações, como sejam:

inibições trazidas do berço — moléstias amparo, comboiando votos de melhoria moral;

dermatoses recidivantes — moléstias proteção, coibindo desmantelos do sentimento;

mutilações congênitas — moléstias refúgio, impedindo a queda em atos de violência ou venalidade;

incômodos imprevistos — moléstias socorro, evitando o mergulho da alma em compromissos inferiores;

males de longo curso — moléstias abrigo, obstando enredamento da criatura nas tramas da obsessão.


Certamente, ninguém deve acalentar desequilíbrios orgânicos sob a desculpa de buscar a purificação da vida interior.

O corpo físico é para a alma encarnada aquilo que a máquina significa à frente do operário, instrumento de serviço e progresso, que ele recebe de autoridade maior, a fim de produzir, a benefício dos outros e de si próprio, cabendo-lhe a obrigação de assisti-la constantemente e restaurá-la sempre que necessário.

Todavia, diante da doença que persiste no corpo, a despeito de todas as medidas acautelatórias e defensivas, é imperioso reconhecer-lhe a função providencial e tratá-la com a certeza de quem carrega consigo a luz de uma bênção.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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