Fé, Paz e Amor

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Capítulo XII

Estudando a paz


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Paz

Muita gente escuta referência à paz, acalentando a volúpia da grande preguiça.

E semelhantes ouvintes, desavisados e inconsequentes, mentalizando alegria e consolação, imaginam fortunas fáceis e aposentadorias rendosas, heranças polpudas e gratificações vitalícias.

Aspirando, porém, o conforto da lesma, esquecem-se de que toda ociosidade quase sempre é calmaria da podridão.

Lembrando a palavra do Senhor nos ensinamentos do monte, (Mt 5:9) assinalamos que todos os corações pacíficos, associados ao seu ministério de redenção, em verdade, não conheceram a imobilidade na Terra.

Os companheiros diretos da Boa Nova, após testemunhos dilacerantes de fé, expiraram em postes de martírio ou lapidados na praça pública, entre zombaria e sarcasmo da multidão. E muitos daqueles mesmos que ouviram do Mestre a promessa de felicidade para o fim do trabalho rude partiram da Terra, sob escabrosas perseguições, sem contar que Ele próprio, o Cristo de Deus, depois de sacrifícios ingentes a benefício de todos, foi içado no madeiro, sem qualquer nota de tranquilidade exterior a asserenar-lhe a morte.

Não te esqueças, desse modo, de que a paz verdadeira verte da ação constante no Bem Eterno, sem reclamação e sem amargura, porque à feição do grande equilíbrio que mora no imo da esfera em movimento a sustentar o trabalho ou a vida, a paz brilhará no recesso de nossas almas sempre que nos consagremos a exaltar e servir à Bênção do Amor de Deus.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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