Capítulo XI

Se refletirmos


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Se refletirmos na Terra, diante daqueles que, porventura, nos ofendam, que todos eles, tanto quanto nós, estão igualmente:

fiscalizados pela lei de causa e efeito, na bica de serem também feridos nos espinheiros da experiência;

ameaçados pelo guante invisível de provações dolorosas;

rodeados de obstáculos que demoram a perceber;

seguidos pelas tribulações e lutas que lhes esperam no mundo os entes amados;

marcados por enfermidades potenciais que acabarão talvez por exigir-lhes cuidados de sacrifício;

anotados para situações aflitivas, que a existência nos apresenta a cada dia por testes de melhoria em tempo determinado;

cercados pelas dificuldades que enxameiam no caminho de todos;

observados para transformações e mudanças que lhes visitarão a estrada, inevitavelmente, com vistas ao burilamento próprio, qual acontece a nós mesmos.


Se entendermos que os nossos prováveis ofensores jazem expostos, tanto quanto nós, às lutas e sofrimentos de que todos necessitamos no autoaperfeiçoamento, decerto que só lhes responderíamos aos golpes, que nos venham a desferir, com bondade e compreensão, amor e tolerância e nem mesmo perderíamos um só minuto, com desencanto e lamentação, de vez que, para educar o coração, todos nos achamos matriculados na escola da vida e para reparar nossos erros e falhas dentro dela em qualquer situação, bastar-nos-á unicamente viver.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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