Capítulo XIV

Harpa viva


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Não menosprezes teu corpo a pretexto de santificação da própria alma.

Nele recebemos na Terra, a harpa divina em cujas cordas é possível entoar-se o cântico de trabalho que a vida nos reclama para o concerto universal da harmonia.

Recorda que, por esse instrumento sublime, ouves a ternura do coração materno, recebes a bênção do lar e amealhas, pouco a pouco, a riqueza da experiência.

É por ele que exercitas a fraternidade que te conduzirá ao amor e te inicias na ciência que te arrojará, mais tarde, ao esplendor da sabedoria.

Muitos chamam-no prisão, como se a escola pudesse receber o estigma do cárcere.

Nós, porém, chamemo-lo santuário em que entesouramos dons inefáveis, vaso de luz em que nos habilitamos à ascensão para a Luz Maior.

Harpa viva em que se reflete a Infinita Inteligência, nela usamos os sentimentos e os pensamentos, através da palavra e da ação, no testemunho de amor aos semelhantes.

O corpo físico é o campo mais elevado de trabalho que a evolução nos oferece na Terra, em nome do Criador.

Saibamos respeitá-lo e honrá-lo com aquilo que possuamos de melhor.

O lavrador leal à sementeira acaricia e protege a enxada que lhe propiciará a fortuna do pão.

O violinista fiel aos próprios ideais preserva o instrumento que lhe definirá a melodia.

Ninguém pode aprimorar a alma desestimando o veículo em que somos compelidos a cultivar, com paciência e carinho, os germens da própria sublimação.

Ama o teu corpo, ainda hoje, para que amanhã possa teu Espírito rejubilar-se com o serviço perfeito.

Não te esqueças! Sem o tronco escuro e, por vezes, disforme que se agarra ao chão lodoso pelas raízes, a flor e o perfume, o fruto e a alegria estariam relegados a simples sonhos na angústia da natureza morta.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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