Capítulo XV

Esquece o mal


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A paz depende muito mais do esquecimento do mal que do propósito de corrigi-lo.

Toda vez que buscarmos a retificação de nós mesmos, olvidando as faltas dos outros, situaremos o ensinamento silencioso da bondade, na própria exemplificação, sem alarde e sem menosprezo ao valor do próximo.

Esquece o mal e o bem aparecerá.

A própria natureza é uma lição viva nesse particular.

O solo despreocupa-se dos detritos que o temporal lhe arremessa à face e produz o milagre do pão.

O tronco robusto olvida o serrote áspero que lhe fere as entranhas e converte-se em utilidades valiosas para a vida.

O mármore ignora os golpes contundentes do martelo e converte-se em obra prima.

A pedra esquece a máquina que a tritura e abre o próprio seio em pepitas de ouro que constituem a garantia do trabalho e do reconforto no campo da civilização.

A ostra ferida desapega-se da própria dor e fabrica a pérola sublime.

A semente desconhece a solidão da cova escura a que é projetada e transubstancia-se em folhagem, perfume, flor e fruto.


Se desejas a vanguarda de luz, liberta-te das algemas da sombra.

Se te propões a ajudar, não te detenhas em demandas inúteis.

Enquanto te demoras, na contemplação do mal, perdes tempo, adiando a cultura do bem.

Da arte de esquecer as experiências inferiores, nasce a vitória da verdadeira ascensão espiritual.

Avancemos ao sol do amor e, se temos conosco a vocação de consertar pela violência ou de corrigir pela irritação, estejamos convencidos, com a sabedoria do povo, de que, em qualquer lugar ou em qualquer tempo, “muito ajuda quem não atrapalha”.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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