Capítulo XXV

Ante os cimos


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Compreendemos a dor que se te vincula ao espírito, quando a prova te busca.

É como se a morte do coração se antecedesse a do corpo, impelindo-te a vegetar nos processos da vida.

Arquitetaste a paisagem doméstica, no clima de amor e paz, e te prendeste a extenso campo de problemas na intimidade do lar.

Investiste confiança e ternura em alguém que te deixou a sós, convertendo-te o sonho em amargosa experiência.

Perdeste talvez o equilíbrio orgânico e te internaste em longo período de enfermidade ou recuperação, adiando realizações que te parecem fundamentais na conquista da própria segurança.

Entregaste pessoas queridas às requisições da morte e carregas lesões do sentimento, sob nuvens de lágrimas que te arrasam as forças.

Viste familiares alterando o comportamento, a te permutarem a dedicação por aventuras estranhas, relegando-te a presença a extremo abandono.

Atravessaste a existência em atividade e abnegação e agora, sem os que mais amas, provavelmente, contemplas melancolicamente a face da velhice corpórea.

Entretanto, renova-te em espírito e deixa que a fé te reajuste a visão.

Nas dificuldades do lar, reténs a oficina de trabalho em que resgatas as sombras do passado para o suspirado acesso à luz;

nos seres amados, que te deixaram a sós, dispões de instrumentos valiosos que te burilam os sentimentos;

nos empeços orgânicos possuis agentes preciosos de cura e embelezamento do próprio ser;

nas afeições que se transferiram para a Vida Maior, contas com tesouros de amor nos júbilos porvindouros;

nos familiares que modificaram a própria conduta, em padrões menos felizes, tens motivos de ensinamento e sublimação;

e no desgaste físico em trabalho incessante, descobres novas formas de serviço e esperança, preparação e felicidade.


Observa a existência com os olhos do espírito e sublime renovação se te fará cada vez mais bela nas sendas em que avanças.

Reflete na Sabedoria e na Bondade de Deus, pensa na perenidade do amor e na imortalidade da alma, e, seja qual for a prova em que te encontres, reconhecer-te-ás a caminho da Espiritualidade Superior, sentindo, por dentro do próprio coração, a indefinível alegria do Grande Alvorecer!…




(Anuário Espírita 1975)



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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