À Luz da Oração

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Capítulo L

Prece do Natal


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Senhor!

Enquanto o júbilo do Natal acende a flama da oração, renova-nos por dentro para o mundo melhor.

Há quem diga que a fé se perdeu nas engrenagens da civilização e que a ciência na terra apagou a luz espiritual.

Em verdade, Mestre, o homem, que já controla as energias atômicas prepara-se à conquista das forças cósmicas, qual se fosse comandante da vida.

Entretanto, à frente dos olhos, não temos somente o egoísmo e a vaidade que lhe comprometem a grandeza, semelhante a magnificente palácio sobre chão de explosivos…

Em toda parte, marginando a carruagem dos poderosos, arrastam-se os vencidos de todas as condições. Muitos enlouqueceram, no excesso de conforto, e vagueiam nas furnas dos entorpecentes; outros, terrificados na visão dos crimes perfeitos, nascidos da pompa intelectual, jazem mutilados mentalmente nas trincheiras do hospício… Milhões erguem os braços por antenas de dor, no imenso mar das provações humanas, quais náufragos, nos esgares da morte, junto de multidões agitadas e infelizes, cansadas de incerteza e desilusão…

Por tudo isso, Senhor, nós, que tantas vezes Te negamos acesso às portas da alma, esperamos por Ti, nos campos atormentados do coração.

Dobra-nos a orgulhosa cerviz, diante da manjedoura, em que exemplificas a abnegação e a simplicidade e perdoando ainda as nossas fraquezas e as nossas mentiras, ensina-nos, de novo, a humildade e o serviço, a concórdia e o perdão, com a melodia sempre nova do Teu cântico de esperança: — Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens!… (Lc 2:14)




(Reformador, dezembro 1975, p. 297)



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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