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Capítulo XX

Cultivemos a prece


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No templo vivo de nossa fé, asilemos nossas esperanças, fustigadas pelo sopro frio da adversidade e repousemos o espírito fatigado na oração.

No grande silêncio do mundo íntimo, as vozes sublimes do Céu reerguem nossas energias exaustas. Sem palavras, conduzem-nos a novos horizontes. Sem choques, estabelecem dentro de nosso espírito novas bases de entendimento.

E compreendemos, enfim, com a Bênção do Alto, que a Bondade Infinita reina soberana, em nosso favor, induzindo-nos à felicidade por intermédio do sofrimento e acordando-nos para a harmonia verdadeira, através da luta que se nos afigura guerra destruidora e cruel.

Ao clarão milagroso da prece, despertamos, enlevados e felizes, para a submissão aos Supremos Desígnios e tudo o que nos parece aflição e dor, no campo físico, transforma-se para nós em recurso de sublimação.

Nessa claridade celeste, os instrumentos de nossas provações convertem-se em benfeitores e os obstáculos do caminho surgem aos nossos olhos por divinos apelos à imortal alegria.

Por mais se intensifique a flagelação redentora, em torno de nosso círculo pessoal, ergamos o cálice do coração confiante para Cristo, nosso Senhor e Mestre. Ele não deixará vazia a taça de nossas aspirações e de nossos rogos.

Cultivemos a prece. Para as sombras de nossa alma, a oração será sempre libertadora alvorada, repleta de renovação e de luz.




Agar
Francisco Cândido Xavier


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