Aceitação e Vida

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Capítulo VIII

Aceitação e vida, cap. 8

1. — A miopia do desânimo.

Desejamos a todos a paz e os bens de Deus, estendendo-os muito especialmente ao âmbito do coração.

Não nos sintamos aniquilados, no turbilhão de amarguras maternais.

Conhecemos, de sobra, todo o mapa de obrigações cristãs, dispensando conselhos, mas é sempre doce a possibilidade de permutar os pensamentos de energia, conforto e consolação.

O desânimo nas supostas derrotas impede a visão da vitória real.

Aí no mundo, tudo é ilusório demais para que nos percamos em dores destruidoras.


2. — Material de construção.

O sofrimento é bom como o material com que se edifica uma casa. É preciso não desprezá-lo, com o recolhimento do coração, em sombras frias.

Tenhamos força e atiremo-nos à obra. As angústias de mãe não se extinguem com a morte do corpo.

Ver um filho partir ao chamado da Providência não é infortúnio irremediável. Concordamos em que a separação é amarga sempre, todavia, não se deve esquecer as finalidades e os objetivos. Devemos alcançar esta compreensão e colocar a vontade de Deus em plano superior aos nossos caprichos próprios.


3. — Estejamos atentos.

Estejamos atentos naquilo que o Pai Celestial reclama de nossos corações. Deus é, sobretudo, Pai, que conhece as nossas necessidades mais ínfimas. Mais tarde, haveremos de penetrar os meandros do romance das vidas passadas e então as mágoas de agora nos parecerão minúsculas, em face de nossos débitos. Resgatá-los, a pouco e pouco, deve constituir para nós uma alegria suprema.

Nossos livros espirituais andam manchados com dívidas escabrosas. Não será razoável que lavemos suas folhas com as nossas lágrimas? Entretanto, não é justo que essas lágrimas se transformem em forças destrutivas.


4. — A água renovada do espírito.

O ato de chorar deve ligar-se muito mais ao júbilo do reconhecimento, que à necessidade de súplica, condizente com as nossas misérias.

Por isso mesmo, esperemos em Jesus a transformação de nosso pranto em água renovada do espírito.


5. — Recordações úteis.

Não lamentemos o vácuo que a separação dos rebentos queridos nos abriu n’alma sensível; a questão será a de sabê-los necessitados da ajuda de nossas preces e dos pensamentos alegres que recordem suas presenças queridas em nossos corações.




Margarida
Francisco Cândido Xavier


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