Agência de Notícias
Versão para cópiaUm caso de obsessão
Dos casos que tenho visto, O de Antonico Vicente É uma história como tantas Para educar muita gente. Dono de imensa fortuna, Era um sovina acabado, Quem lhe pedisse um favor Saía desanimado. A mendigo que rogasse A esmola de algum vintém, Sarcástico, respondia: — “Espera o ano que vem” Um dia, chegou, no entanto, Em que Antonico mudado, Apareceu, de repente, Plenamente obsedado. Cantava, chorava e ria, Falava em estranhas crises, Transformara-se num pouso De espíritos infelizes. Conduzido a um centro amigo, A fim de obter socorro, Ele chegou a clamar: — “Não aguento!… Sei que morro!” Depois de preces e passes, Veio o Guia acalentá-lo… Antonico, de improviso, Melhorou quase de estalo. Por quatro meses de bênção, Voltou a ser folgazão, Largou as más influências, Curou-se da obsessão. Era, porém, sempre o mesmo… Nada de agir para o bem Fosse qual fosse o pedido, Não amparava a ninguém. Findos dez meses de paz, Disse-lhe o guia: “Antonico, Não deixe de trabalhar, Recorda que és forte e rico.” — “Que fazer?” — perguntou ele… Disse o Guia — alma sincera — “Socorre aos necessitados A caridade te espera. Abandona a sovinice!… Meu amigo, escuta e pensa. Auxilia as boas obras Sem aguardar recompensa. O tempo segue e não para !… Atende, meu companheiro, Distribui na caridade Um tanto de teu dinheiro!…” Mas, ouvindo esses conselhos, Antonico, sem razão, Xingou a beneficência E entrou em perturbação. Por muitos anos, bradou: — “A ninguém darei meu cobre…” Antonico alimentava O medo de ficar pobre. E gritou até morrer No Sítio de João do Zorro, Comendo barro e clamando: — “Não aguento! Sei que eu morro!…” .Jair Presente |
Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 11.
Para visualizar o capítulo 11 completo, clique no botão abaixo:
Ver 11 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?