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Versão para cópiaA herança
— “Quero fazer caridade” Dizia Júlio das Graças, Estou cansado de ver Tanta penúria nas praças; Vejo mães abandonadas, Cujo estômago jejua, Crianças esfarrapadas Em tristes bandos na rua… Se Jesus me der recursos, Farei com muita alegria Um lar onde os pobres tenham O pão para cada dia. Tanto Júlio falou nisso Que o difícil sucedeu: Júlio ganhou grande herança De um tio que faleceu. Era antigo solteirão Que não mostrava riqueza E o povo considerava Sovina por natureza; Ao morrer, viu-se-lhe a vida, Revelou-se-lhe o caminho… Tinha mais de dois bilhões E deixou tudo ao sobrinho. Após reter a fortuna, Alguns irmãos da cidade Vieram a ele indagando Dos votos de caridade. Que faria, enfim, agora? Perguntou-lhe a comissão: — “Um lar para os enjeitados E velhos sem proteção?” Respondeu Júlio, entretanto, — “Meus amigos, o dinheiro Que o tio me destinou Não dá para um galinheiro. Mais tarde, conversaremos, Somos amigos leais… Os dois bilhões de meu tio Vêm a ser pouco demais.” .Jair Presente |
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