Antologia da Espiritualidade

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Capítulo XXXVII

Convite de Natal


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Enquanto a glória do Natal se expande,

Aqui, ali, além,

Toda a Terra se veste de esperança

Para a festa do bem!…


Natal!… Refaz-se a vida, alguém ressurge,

Nos clarões com que o Céu se te anuncia…

É Jesus a pedir-te que repartas

Do teu pão de alegria.


Para louvar-lhe os dons da Presença Divina,

Não digas, alma irmã, que nada tens;

A riqueza do amor, no coração fraterno,

É o maior de teus bens…


Quando o dia se esvai e a noite desce,

Ao comando da sombra que a domina,

Para varrer a escuridão da estrada

Basta a luz de uma vela pequenina.


O deserto se esfalfa em longa sede,

Na solidão em que se configura…

Se chega simples fonte,

Ei-lo mudado em florida espessura!…


Ninguém sabe tão bem, senão aquele

Que a penúria desgasta ou desconforta,

O valor de uma veste contra o frio,

O tesouro de um prato dado à porta.


A migalha de força é a base do Universo,

Desde a furna terrestre à estrela mais remota!…

Todo livro se escreve, letra a letra,

Compõe-se a melodia, nota em nota…


Alma irmã, no serviço da bondade,

Jamais te afirmes desfavorecida…

Pobres sementes formam ricas messes!

Assim também na vida…


O cobertor, o pão, a prece, o abraço,

Uma frase de paz e compreensão

Podem criar prodígios de trabalho,

De reconforto e de ressurreição!…


Natal!… Dá de ti mesmo o quanto possas,

No amparo à retaguarda padecente;

Toda bênção de auxílio é socorro celeste,

Que Deus amplia indefinidamente.


Natal!… Recorda o Mestre da Bondade!…

Ele, o Cristo e Senhor,

Acendeu sobre a Terra o sol do Novo Reino

Com migalhas de amor!…




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier


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