Antologia dos Imortais

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Capítulo XVIII

Luís Delfino


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Hospital! Praia viva dos efeitos,

És o foro das causas esquecidas,

Reduto generoso de mil vidas,

No espinheiral dos trilhos imperfeitos.


Incompreendida dor! Benditos leitos!

Ninho-prisão de loucos e suicidas

Dantes livres nas largas avenidas

Do egoísmo e do orgulho, vis e estreitos.


Em teu regaço, as lágrimas são hinos…

Alguém te vela o clima, atento e mudo:

O médico no leme dos destinos…


Dá-nos, templo da angústia transitória,

O florão da humildade por escudo,

O laurel do trabalho por vitória!…


LUÍS DELFINO dos Santos — Médico, L. Delfino soube, desde cedo, servir-se dos pequenos lazeres da clínica para escrever os magistrais sonetos da sua obra imponente, na qual conseguiu refletir “os três movimentos poéticos do século: o romantismo, o parnasianismo e o simbolismo”. Seu filho, Tomás Delfino, já desencarnado, coligiu em vários livros a obra imensa de LD, deixada esparsa em jornais e revistas. “Era um poeta abundante,” — confirma-o Manuel Bandeira — “e tanto podia espraiar-se longamente em lirismos condoreiros, como sabia limitar-se lapidarmente num soneto.” (, pág. 29). (Florianópolis, Santa Catarina, 25 de Agosto de 1834 — Rio de Janeiro, Gb, 31 de Janeiro de 1910.)

BIBLIOGRAFIA: ; ; ; etc.



Admirável soneto, digno de um médico-poeta.


(Psicografia de Waldo Vieira)



Francisco Cândido Xavier


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