Antologia dos Imortais

Versão para cópia
Capítulo XXXI

Alceu Wamosy


Temas Relacionados:

E um dia chegará, de segundo a segundo,

A vitória imortal… Tiranias ultrizes

Dobrarão para sempre as trágicas cervizes

Ante o reino do amor a espraiar-se, fecundo!


A impiedade revel, o ódio a rir-se iracundo,

A usura de Harpagão e o gládio de Cambises

Serão restos crostais de velhas cicatrizes,

Temerárias lições no semblante do mundo!


Não mais fome ou nudez… O arado, a escola e o malho

Entoarão sobre a Terra as canções do trabalho

Em trompas e clarins de concerto bendito!


E os homens, céus além, ao tato incontroverso,

Descobrirão, por fim, nos portais do Universo,

A bússola de Deus no timão do Infinito!


ALCEU de Freitas WAMOSY — Poeta e jornalista, A. Wamosy trabalhou ativamente na imprensa, principalmente depois que fixou residência em Livramento, tendo sido diretor de . Patrono da cadeira n° 40, na Academia Sul-Riograndense de Letras. Sua poesia é essencialmente subjetiva, com impressões de vida interior. Prefaciando-lhe a obra póstuma , Mansueto Bernardi afirmou: “Alma de eleição, um dos mais finos temperamentos artísticos do Rio Grande, uma das belas vozes da poesia, no Brasil.” E mais adiante, observava: “Ao mesmo tempo que o pensamento do amor, o pensamento da morte o acompanha sempre. (…) Foram eles, por assim dizer, o amor e a morte, assim como a luz e a sombra dos seus olhos, o mel e a cicuta dos seus lábios, a sístole e a diástole do seu coração.” (Uruguaiana, Rio Grande do Sul, 14 de Fevereiro de 1895 — Livramento, Rio Grande do Sul, 13 de Setembro de 1923.)

BIBLIOGRAFIA: ; ; etc.


. Este soneto é, sem dúvida, uma resposta ao poema que Alceu Wamosy escreveu pouco antes de sua desencarnação, “Idealizando a Morte” (apud Col. Poetas Sul-Riogr., pág. 302), do qual vamos transcrever o último quarteto, grifando as rimas que se repetem no soneto de hoje:


“E morrer… e levar com a vida que se trunca,

Tudo que de doçura e amargor teve a vida:

O sonho enfermo, a glória obscura, a fé perdida,

E o segredo de amor, que eu não te disse nunca!”



Leia-se com sinérese: im-pie-da-de.


(Psicografia de Waldo Vieira)



Francisco Cândido Xavier


Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 31.
Para visualizar o capítulo 31 completo, clique no botão abaixo:

Ver 31 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?