Antologia dos Imortais

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Capítulo XX

Inês Sabino


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Agradeço, meu filho, a glória que me deste,

O mármore custoso, o imponente jazigo,

A legenda piedosa, as flores que bendigo,

A oração da saudade, a sombra do cipreste…


Mas afasta de nós a pompa que me veste!

Este luxo no chão é miséria comigo…

Quero apenas o amor por sacrossanto abrigo,

Dá-me teu coração por tesouro celeste.


Não me busques, em vão, na gelidez das lousas!

Transfunde-me a lembrança em pão que reconforte

A quem viva de fel na aflição que te espia…


Procura-me na dor do caminho em que pousas

E esparze em tudo o bem, porque a bênção da morte,

Que me acordou na luz, há-de acordar-te um dia…


INÊS SABINO Pinho Maia — Poetisa, jornalista e romancista. Domingos Carvalho da Silva, em sua obra , pág. 22, considerou-a merecedora de figurar num seleto grupo de poetisas da fase pós-romântica e parnasiana. Iniciou a sua educação literária na 1nglaterra. Regressando ao Brasil ainda bem jovem, pouco depois dava a público as suas primeiras poesias e traduzia, para o português, contos, novelas e pequenos romances ingleses e franceses. Foi uma das escritoras que no Nordeste, em fins do século XIX, lutou pela participação da mulher nas lides literárias, contra um meio adverso nesse sentido. No prefácio à sua obra , Inês Sabino Pinho Maia fez esta judiciosa observação: “Retirem-se do manto estrelado da poesia os salpicos do ideal, que um livro de versos não passará de um compêndio enjoativo das verdades amargas que nos rodeiam acremente por toda a parte.” , do Rio, em seu número de 14 de Setembro de 1911, destacou-lhe a “grande nobreza de sentimento”, o “espírito caridoso e esmoler” e a real estima de que ela gozava na sociedade, “pela sua inteligência e fina educação”. (Bahia (*), 31 de Dezembro de 1853 — Rio de Janeiro, GB, 13 de Setembro de 1911.) — (*) Affonso Costa em “Poetas de outro Sexo”, p. III, afirma ter ela nascido na Bahia e não em Pernambuco.

BIBLIOGRAFIA: , poemeto; , versos (1ª Série); , versos (2ª Série); ; etc.



Enumeração.

Antítese.

Poliptoto: “Que me acordou…, há-de acordar-te…”


(Psicografia de Waldo Vieira)



Francisco Cândido Xavier


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