Antologia dos Imortais

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Capítulo XXXII

Moacir Piza


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Reborbulha-me a ideia na cabeça…

Corre o sangue nas veias de meu pulso…

Os ouvidos, por mais que me estarreça,

Guardam consigo os sons que eu mesmo expulso…


Minha imaginação brinca, travessa…

Respiro. É o peito meu, triste, convulso…

E a razão pede para que não desça

À sombra imensa de meu próprio impulso.


Fulgura-me a visão na luz dos olhos…

Meus pensamentos voam sem antolhos…

O coração prossegue imperativo…


Tenho fome de paz e de conforto!

Se ontem eu fora estranho vivo-morto,

Sou agora, em verdade, morto-vivo…


MOACIR de Toledo PIZA — Bacharel, em 1915, pela Faculdade de Direito de S. Paulo, colaborou na imprensa de S. Paulo e do Rio, “com incursões, frequentes e ilimitadas, ao epigrama e ao sarcasmo”. Mas, “apesar de toda essa aparência de mordacidade iconoclástica à flor da pele, era um sentimental e um lírico. Amigo cem por cento dos amigos” (L. C. de Melo, , pág. 484-485). Foi redator do . Hilário Tácito, na apresentação à , pág. III, afirma que “a crítica dos doutos consagrou o escritor paulista como digno de figurar entre os nossos mestres do gênero satírico”. (Sorocaba, Est. de S. Paulo, 19 de Abril de 1891 — S. Paulo, Est. de S. Paulo, 25 de Outubro de 1923.)

BIBLIOGRAFIA: ; , em colaboração com Juó Bananére; ; etc.



Conta R. Magalhães Júnior (Ant. Hum. e Sát., pág.
291) que o poeta foi vítima de uma paixão funesta, que o levou ao suicídio com arma de fogo.


(Psicografia de Waldo Vieira)



Francisco Cândido Xavier


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