Antologia dos Imortais

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Capítulo XXXVIII

Nestor Vítor


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Ofega o corpo a sós… Oculta, a morte espia…

— Invisível chacal na tocaia da presa.

Na máscara do rosto, a ansiedade retesa

Aparenta velar a dor do último dia.


Choras ao ver prostrada a criatura indefesa

Cujo olhar sem consolo a lágrima embacia,

E intentas ministrar-lhe a branda anestesia

Que apresse o longo fim e ajude a Natureza.


Susta, porém, teu gesto! A vida é sábia em tudo!…

A alma jungida à carne, em pranto amargo e mudo,

Roga-te, embora gema e fale de outra esfera:


— “Aguardo a mão da Lei, sempre doce e benvinda!

Dá-me silêncio e paz! Não me expulses ainda!…”

E, por trás da alma em luta, a Lei exclama: — “Espera!”


NESTOR VÍTOR dos Santos — Poeta, , romancista, crítico, Nestor Vítor foi também, no dizer de Andrade Muricy (, I, pág. 268), “pensador moralista penetrante”. Vice-diretor, aos 26 anos, do Internato do Ginásio Normal, atual Colégio Pedro II. Colaborou em vários jornais do Rio, entre os quais , o e . Patrono, na Academia Paranaense de Letras, da cadeira n° 27, tendo pertencido à extinta Academia de Letras do Paraná. Amigo particular de Cruz e Souza foi N. Vítor o crítico principal do Simbolismo em plagas brasileiras. Brito Broca não vacila em colocá-lo entre os melhores críticos brasileiros. Para Fernando Góes (. IV, pág. 78), “a poesia não foi o forte de Nestor Vítor, antes é a sua parte mais vulnerável”. (Paranaguá, Paraná, 12 de Abril de 1868 — Rio de Janeiro, Gb, 13 de Outubro de 1932.)

BIBLIOGRAFIA: ; ; etc.



Note-se a aposiopese.

Leia-se cria-tu-ra em três sílabas.

A título de curiosidade, veja-se, do Autor, o soneto “Morte Póstuma”, de Transfigurações, in Pan. IV, pág. 79.


(Psicografia de Waldo Vieira)



Francisco Cândido Xavier


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