Aulas da Vida

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Capítulo XXVIII

Os três crivos


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Diz você meu amigo, no trecho final de sua carta: “Que fazer, Irmão X, para desmanchar a trama de intrigas que nos sufoca a instituição? dia a dia, cresce o diz-que-diz. E, enquanto isso ocorre, a treva da obsessão, em nossas bandas, parece tiririca em terra largada. É perturbação trazendo perturbação. Que medida nos aconselha, que ideia renovadora você nos dá?”

Conselhos, meu caro, não os tenho.

Os princípios salvadores que abraçamos, no Evangelho de Jesus, falam por si e, de tal modo, que seria temeridade articular diretrizes no intento de ultrapassá-los.

Se posso, no entanto, formular referência ligeira, peço permissão para reportar-me a antiga lição que vários escritores atribuem a .


Certa feita, um homem esbaforido achegou-se ao grande filósofo e sussurrou-lhe aos ouvidos:

— Escuta, Sócrates… Na condição de teu amigo, tenho alguma coisa de muito grave para dizer-te em particular…

— Espera!… — ajuntou o sábio prudente. — Já passaste o que me vais dizer pelos três crivos?

— Três crivos? — perguntou o visitante, espantado. — Sim, meu caro, três crivos. Observemos se a tua confidência passou por eles. O primeiro, é o crivo da verdade. Guardas absoluta certeza, quanto àquilo que me pretendes comunicar?

— Bem — ponderou o interlocutor — assegurar, mesmo, não posso… Mas, ouvi dizer e… então… — Exato. Decerto peneiraste o assunto pelo segundo crivo, o da bondade. Ainda que não seja real o que julgas saber, será pelo menos bom o que me queres contar?

Hesitando, o homem replicou:

— Isso não… Muito pelo contrário…

— Ah! — tornou o sábio — então recorramos ao terceiro crivo, o da utilidade, e notemos o proveito do que tanto te aflige.

— Útil?!… — aduziu o visitante ainda mais agitado. Útil não é…

— Bem — rematou o filósofo num sorriso — se o que me tens a confiar não é verdadeiro, nem bom e nem útil, esqueçamos o problema e não te preocupes com ele, já que de nada valem casos sem qualquer edificação para nós…


Aí está, meu amigo, a lição de Sócrates, em questões de maledicência.

Se pudermos aplicá-la, creio que teremos ganho tempo e recursos preciosos para rearticular o serviço, refazer a paz, realizar o melhor e seguir para a frente.


(.Humberto de Campos)


Irmão X
Francisco Cândido Xavier


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