CAPÍTULO XI

Gênese Espiritual[1]

Reencarnações
• Item 33 •
O princípio da reencarnação é uma consequência necessária da lei de progresso. Sem a reencarnação, como se explicaria a diferença que existe entre o presente estado social e o dos tempos de barbárie? Se as almas são criadas ao mesmo tempo que os corpos, as que nascem hoje são tão novas, tão primitivas, quanto as que viviam há mil anos. Além disso, não haveria nenhuma conexão entre elas, nenhuma relação necessária; seriam de todo estranhas umas às outras. Por quê, então, as almas de hoje haviam de ser mais bem dotadas por Deus do que as que as precederam? Por que compreendem melhor as coisas? Por que possuem instintos mais apurados, costumes mais brandos? Por que têm a intuição de certas coisas, sem as haverem aprendido? Desafiamos alguém a sair desse dilema, a menos que admita que Deus cria almas de diversas qualidades, de acordo com os tempos e lugares, proposição inconciliável com a ideia de uma justiça soberana. (Cap. II, item 19.)

Admiti, ao contrário, que as almas de hoje já viveram em tempos distantes; que possivelmente foram bárbaras como os séculos em que estiveram no mundo, mas que progrediram; que para cada nova existência trazem o que adquiriram nas existências anteriores; que, por conseguinte, as almas dos tempos civilizados não são almas criadas mais perfeitas, mas que se aperfeiçoaram por si mesmas com o tempo, e tereis a única explicação plausível da causa do progresso social. (O Livro dos Espíritos, Livro II, cap. IV e V.)


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