CAPÍTULO XVIII

Os Tempos são Chegados

Sinais dos tempos
• Item 16 •
Com a ideia de que a atividade e a cooperação individuais na obra geral da civilização se limitam à vida presente, que, antes, a criatura nada foi e nada será depois, em que interessa ao homem o progresso posterior da Humanidade? Que lhe importa, no futuro, que os povos sejam mais bem governados, mais felizes, mais esclarecidos, melhores uns para com os outros? Visto que de tudo isso ele não deverá tirar nenhum proveito, não fica perdido para ele todo o progresso? De que lhe vale trabalhar para os que virão depois dele, se nunca lhe será dado conhecê-los, se são criaturas novas, que, por sua vez, pouco depois voltarão ao nada? Sob o domínio da negação do futuro individual, tudo forçosamente se amesquinha às insignificantes proporções do momento e da personalidade.
Mas, ao contrário, que amplitude dá ao pensamento do homem a certeza da perpetuidade do seu ser espiritual! Que de mais racional, de mais grandioso, de mais digno do Criador do que a lei segundo a qual a vida espiritual e a vida corpórea são apenas dois modos de existência, que se alternam para a realização do progresso! Que de mais justo e de mais consolador do que a ideia de estarem os mesmos seres a progredir incessantemente, primeiro, através das gerações de um mesmo mundo; depois, de mundo em mundo até a perfeição, sem solução de continuidade! Todas as ações têm, então, uma finalidade, porque, trabalhando para todos cada um trabalha para si e reciprocamente, de sorte que nunca se podem considerar estéreis os progressos individual e coletivo. Tal progresso aproveitará às gerações e às individualidades futuras, que não virão a ser outras senão as gerações e as individualidades passadas, em mais alto grau de adiantamento.


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