CAPÍTULO III

O Bem e o Mal

O instinto e a inteligência
• Item 13 •
Segundo outro sistema, o instinto e a inteligência teriam um só e mesmo princípio. Chegado a certo grau de desenvolvimento, esse princípio, que primeiramente apenas tivera as qualidades do instinto, passaria por uma transformação que lhe daria as da inteligência livre.
Se fosse assim, no homem inteligente que perde a razão e passa a ser guiado exclusivamente pelo instinto, a inteligência voltaria ao seu estado primitivo e, quando o homem recobrasse a razão, o instinto se tornaria inteligência e assim alternativamente, a cada acesso, o que não é admissível.
Aliás, a inteligência e o instinto se mostram muitas vezes simultaneamente no mesmo ato. No caminhar, por exemplo, o movimento das pernas é instintivo; o homem põe maquinalmente um pé à frente do outro, sem nisso pensar; mas quando quer acelerar ou diminuir o passo, levantar o pé ou desviar-se de um obstáculo, há cálculo, combinação; ele age com propósito deliberado. A impulsão involuntária do movimento é o ato instintivo; a direção calculada do movimento é o ato inteligente. O animal carnívoro é impelido pelo instinto a se alimentar de carne, mas as precauções que toma e que variam conforme as circunstâncias, para agarrar a presa, a sua previdência das eventualidades são atos da inteligência.


Acima, está sendo listado apenas o item 13 do capítulo 3.
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