CAPÍTULO III

O Bem e o Mal

Destruição dos seres vivos uns pelos outros
• Item 21 •
A verdadeira vida, tanto do animal quanto do homem, não está no envoltório corpóreo, do mesmo modo que não está no vestuário. Está no princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo. Esse princípio necessita do corpo para se desenvolver pelo trabalho que lhe cumpre realizar sobre a matéria bruta. O corpo se consome nesse trabalho, mas o Espírito não se gasta; ao contrário, dele sai cada vez mais forte, mais lúcido e mais apto. Que importa, pois, que o Espírito mude mais ou menos frequentemente de envoltório? Não deixa por isso de ser Espírito. É absolutamente como se um homem mudasse cem vezes no ano as suas vestes. Não deixaria por isso de ser homem.
Por meio do espetáculo incessante da destruição, Deus ensina aos homens o pouco caso que devem fazer do envoltório material e lhes suscita a ideia da vida espiritual, fazendo que a desejem como uma compensação.
Deus, alegarão, não podia chegar ao mesmo resultado por outros meios, sem constranger os seres vivos a se entredevorarem? Se tudo é sabedoria em sua obra, devemos supor que esta não existirá mais num ponto do que em outros; se não o compreendemos assim, devemos atribuí-lo à nossa falta de adiantamento. Contudo, devemos tentar a pesquisa da razão do que nos pareça defeituoso, tomando por bússola este princípio: Deus há de ser infinitamente justo e sábio. Procuremos, portanto, em tudo, a sua justiça e a sua sabedoria e curvemo-nos diante do que ultrapasse o nosso entendimento.


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