A Gênese
Versão para cópiaCAPÍTULO IV
O Papel da Ciência na Gênese
• Item 14 •
Essas divergências no tocante ao futuro do homem geraram a dúvida e a incredulidade. Entretanto, a incredulidade dá lugar a um penoso vácuo. O homem encara com ansiedade o desconhecido, em que cedo ou tarde terá que penetrar fatalmente. A ideia do nada o enregela. Diz-lhe a consciência que alguma coisa lhe está reservada para além do presente. Que será? Sua razão, já desenvolvida, não lhe permite mais admitir as histórias com que o acalentaram na infância, nem a alegoria como realidade. Qual o sentido dessa alegoria? A Ciência rasgou-lhe uma ponta do véu, mas não revelou o que mais lhe importa saber. Ele interroga em vão, porém, ela nada lhe responde de maneira decisiva e capaz de acalmar suas apreensões. Por toda parte depara com a afirmação a se chocar com a negação, sem que se apresentem provas positivas tanto de um lado quanto de outro. Daí a incerteza, e a incerteza no que respeita à vida futura faz que o homem se atire, tomado de uma espécie de frenesi, para as coisas da vida material.
Eis o inevitável efeito das épocas de transição: desaba o edifício do passado, sem que ainda o do futuro se ache construído. O homem se assemelha ao adolescente, que, já não tendo a crença ingênua dos seus primeiros anos, ainda não possui os conhecimentos da idade madura. Apenas sente vagas aspirações, que não sabe definir.
Eis o inevitável efeito das épocas de transição: desaba o edifício do passado, sem que ainda o do futuro se ache construído. O homem se assemelha ao adolescente, que, já não tendo a crença ingênua dos seus primeiros anos, ainda não possui os conhecimentos da idade madura. Apenas sente vagas aspirações, que não sabe definir.
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