CAPÍTULO V

Antigos e Modernos Sistemas do Mundo


• Item 14 •
Desde então, estava aberto o caminho em que ilustres e numerosos cientistas iam enveredar, a fim de completarem a obra encetada. Na Alemanha, Kepler descobre as célebres leis que trazem o seu nome e por meio das quais se reconhece que as órbitas que os planetas descrevem não são circulares, mas elípticas, em um de cujos focos o Sol ocupa. Newton, na 1nglaterra, descobre a lei da gravitação universal. Laplace, na França, cria a mecânica celeste. Finalmente, a Astronomia deixa de ser um sistema fundado em conjeturas ou probabilidades, mas uma ciência assentada nas mais rigorosas bases, as do cálculo e da geometria. Fica assim lançada uma das pedras fundamentais da Gênese, cerca de 3.300 anos depois de Moisés.

[1]N. de A. K.: “A mitologia hindu ensinava que, ao entardecer, o astro do dia se despojava de sua luz e atravessava o céu durante a noite com uma face obscura. A mitologia grega representava o carro de Apolo puxado por quatro cavalos. Anaximandro, de Mileto, sustentava, segundo Plutarco, que o Sol era um carro cheio de fogo muito vivo, que se escapava por uma abertura circular. Epicuro, segundo uns, teria emitido a opinião de que o Sol se acendia pela manhã e se apagava à noite nas águas do oceano; outros pensavam que ele considerava esse astro uma pedra-pomes aquecida até a incandescência. Anaxágoras o tomava por um ferro incandescente, do tamanho do Peloponeso. Coisa singular! Os Antigos eram tão invencivelmente induzidos a considerar real a grandeza aparente desse astro que perseguiram o filósofo temerário por haver atribuído aquele volume ao facho do dia, fazendo-se necessária toda a autoridade de Péricles para salvá-lo de uma condenação à morte e para que essa pena fosse comutada numa sentença de exílio.” (Flammarion, Estudos e leituras sobre a Astronomia, p. 6.)

Diante de tais ideias, emitidas no quinto século antes do Cristo, ao tempo da maior prosperidade da Grécia, não deve causar espanto as ideias que os homens das primeiras eras faziam sobre o sistema do mundo.

[2] N. do T.: De acordo com o Dicionário Enciclopédico Ilustrado Larousse, ano 2007, Júpiter possui 61 satélites conhecidos, quatro dos quais de dimensões planetárias.


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