CAPÍTULO VI

Antigos e Modernos Sistemas do Mundo

Os cometas
• Item 31 •
Se, quando um desses astros se aproxima do nosso pequenino globo, para lhe atravessar a órbita e voltar ao seu apogeu, situado a uma distância incomensurável do Sol, nós o acompanhássemos, pelo pensamento, para visitar com ele as regiões siderais, transporíamos a prodigiosa extensão de matéria etérea que separa o Sol das estrelas mais próximas e, observando os movimentos combinados desse astro, que se suporia desgarrado no deserto infinito, ainda aí encontraríamos uma prova eloquente da universalidade das Leis da Natureza, que atuam a distâncias que a mais ativa imaginação mal pode conceber.
Aí, a forma elíptica toma a forma parabólica e a marcha se torna tão lenta que o cometa não chega a percorrer mais que alguns metros, no mesmo tempo durante o qual, em seu perigeu, percorria muitos milhares de léguas. Talvez um Sol mais poderoso, mais importante do que o que ele acaba de deixar, exerça sobre esse cometa uma atração preponderante e o receba na categoria de seus próprios súditos. Então, na vossa pequenina Terra, em vão as crianças espantadas lhe aguardarão o retorno, que haviam predito, baseando-se em observações incompletas. Nesse caso, nós, que pelo pensamento acompanhamos o cometa errante a essas regiões desconhecidas, depararemos com uma nova nação, que os olhares terrenos não podem encontrar, inimaginável para os Espíritos que habitam a Terra, inconcebível mesmo para as suas mentes, porquanto ela será teatro de maravilhas inexploradas.
Chegamos ao mundo astral, nesse mundo deslumbrante dos vastos sóis que irradiam pelo espaço infinito e que são as flores brilhantes do magnífico jardim da Criação. Só depois de lá chegarmos é que saberemos o que é a Terra.


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