Bastão de Arrimo
Versão para cópiaConsiderações iniciais
William Machado de Figueiredo nasceu em Belo Horizonte no dia 04 de Abril de 1924, sendo o quarto filho do casal Aníbal Dias de Figueiredo e Adélia Machado de Figueiredo.
Rapaz sério e compenetrado, desde tenra idade desvelava-se com inexcedível carinho na assistência aos seus familiares queridos, mormente à sua mãe Adélia, detendo alta noção da responsabilidade, o que lhe caracterizava o caráter.
Trabalhou durante algum período para a prefeitura de Belo Horizonte. Ao completar em 1941 a idade de 17 anos, ingressou na Companhia Quadros do Exército, pretendendo tirar sua carteira de reservista. Durante esse período, e, em decorrência de um calo infeccionado, adoeceu gravemente. Não nos cabe aqui, relatar o atroz sofrimento físico por que passou William, entretanto, o leitor amigo poderá avaliar a extensão do que lhe ocorreu, meditando em um jovem, com plena força orgânica relegado a um leito de Hospital meses a fio, padecendo gangrena irreversível, até o seu desprendimento ocorrido aos 25/09/1941.
Desnecessário nos referirmos à grande dor moral que envolveu toda a família na época.
Mas, a morte do corpo físico de William, longe de ser a suprema tragédia, se afigurou como sendo a libertação merecida a um jovem de valor. Isto porque, raciocinando com a Doutrina Espírita, entendemos que a morte é apenas transição e mudança de cena, onde as personagens continuam sendo elas mesmas, no vasto palco da vida.
E aqui encontraremos William, ressurgindo do sepulcro, na continuidade das tarefas que lhe diziam respeito e no amparo constante aos familiares que ficaram, cultivando o mesmo carinho de filho e irmão querido que lhe conhecemos quando na Terra, dando o seu testemunho irrecusável do princípio absoluto da Imortalidade da Alma.
QUEM FOI ADÉLIA MACHADO DE FIGUEIREDO?
Adélia Machado de Figueiredo nasceu em Pedro Leopoldo, MG., no dia 21 de Abril de 1901, sendo a segunda filha do casal José Sérgio Machado e Georgina Cândida Machado, tendo como irmãos: José Flaviano (Zeca); Jayme ; Maria da Paz (Pazinha); João; Carmem ; Nair e Walter.
Casou-se aos 17 anos de idade, no dia 27.07.1918, com Aníbal Dias de Figueiredo, vindo à luz através desta união seis filhos, na ordem: Wilson; Walter (Nonô); Wanda; William; Ivone e Carmem Sílvia.
Relata-nos Dª Adélia que seu pai, sendo o encarregado geral da Companhia Industrial de Belo Horizonte, transferiu-se como Gerente para a unidade fabril em Pedro Leopoldo, levando primeiramente o filho mais velho Zeca e, posteriormente trazendo para junto de si toda a família. Nesta época, já residindo em Belo Horizonte, vinha ela frequentemente estar com os familiares queridos em Pedro Leopoldo. Nesta cidade, passaram a conviver com João Cândido Xavier, pai do médium Chico Xavier, que contava nesta época apenas alguns poucos anos de idade. Era cena comum ver-se o ainda meninote Chico, cantarolando pela cidade, no acompanhamento à viola de seu pai, João Cândido. Foi assim, numa destas cantorias em casa do Sr. José Sérgio Machado, seu pai, que Dª Adélia veio a conhecer o Chico.
Em 1936 veio a falecer sua mãe Georgina, por quem desvelava-se com imenso carinho, entretanto, a dor maior lhe sobreveio em 1941, quando viu seu próprio filho do coração, William, baixar à sepultura, após um prolongado e indescritível sofrimento físico. É este mesmo William que viria a ser para ela, posteriormente, e através da mediunidade de Chico Xavier, o sustentáculo e a força imprescindíveis à continuação de sua jornada redentora na Terra. Mais tarde, em 1953, desencarnou o seu esposo Aníbal e Da. Adélia viu-se em dificuldades ainda maiores.
Sua vida profissional assim se resume: Foi admitida na Prefeitura da cidade de Belo Horizonte aos
Pelo contato com a codificação Kardeciana, Dª Adélia tornou-se espírita convicta, no que foi seguida primeiramente pelo irmão Zeca, e depois pela quase totalidade dos demais. Zeca e Adélia já frequentavam as reuniões doutrinárias quando da explosão da mediunidade do então jovem Francisco Cândido Xavier. A partir daí, passaram a tomar parte das reuniões em casa da viúva de José Xavier, irmão mais velho de Chico, local este que se transformou no Centro Espírita Luiz Gonzaga, logo após o desencarne desta. Foi neste ambiente de preces, às segundas e sextas-feiras, muitas vezes com a presença de 3 ou 4 pessoas apenas, que as primeiras orientações amigas surgiram. Estas eram as reuniões presididas pelo Sr. Rômulo Joviano, diretor da Fazenda Modelo onde Chico trabalhava.
Suas atividades como trabalhadora da Doutrina Espírita foram diversas. Em Belo Horizonte participou das reuniões do Sr. Hermínio Perácio, onde, em maio do ano de 1934, veio à lume a primeira mensagem que recebeu pelas mãos do médium Chico Xavier, presente à reunião. O Espírito comunicante era o de uma tia-avó sua muito querida, Tia Margarida. Tomou parte, também, das reuniões presididas pelo eminente Professor Cícero Pereira, Presidente da União Espírita Mineira pelo período de 1936 a 1937, bem como naquelas atividades organizadas por Da. Gumercinda Caramez Santos. Posteriormente fez parte ativamente da Congregação Espírita Feminina “Casa de Betânia”, da União Espírita Mineira, participando também, das reuniões do Cenáculo Espírita “Antônio de Pádua”, fundado por Dª Carmela Aluotto e presidido atualmente por Maria Philomena Aluotto Berutto, Presidente da UEM. Foi elemento dos mais expressivos e atuantes do “Grupo das Samaritanas” de assistência social, e, finalmente, fundou e manteve o círculo de preces “Francisco Cândido Xavier”, dedicado ao Culto do Evangelho de Jesus no Lar.
Caráter sensibilíssimo e detentora de alta cultura intelectual, a todos cativava com o seu carinho espontâneo, especialmente para com os sofredores. Em seu modo de ser e de ver o mundo, sempre detinha uma alta concepção da nobreza espiritual, da delicadeza e do cavalheirismo. Espírito valoroso e sincero, dona de uma personalidade forte e enérgica enfrentou o trabalho íntimo por sua auto-reforma pelos ensinamentos cristãos, atravessando corajosamente uma variada gama de tribulações, sendo exigente consigo mesma e com os que lhe rodeavam, na compostura e no cumprimento exato do dever.
Da. Adélia partiu para a Vida Maior no dia 16 de julho do ano de 1982 às 8 horas da manhã, em virtude de uma parada cardíaca, silenciando os seus 81 anos de experiências no campo Terrestre, entre nós outros. Entretanto, aos 29 de junho de 1984, ela que tantas mensagens mediúnicas recebera, deu-nos, por sua vez, pelo lápis célebre de Chico Xavier, a mensagem de esperança e alegria da Vida Imperecível. Esta é a mensagem que fecha este volume com “chave de ouro”, como a mostrar-nos a recompensa a todos aqueles que fizeram da vida um cenário de elevação espiritual e crescimento para Deus.
Esta a lição de vida que legou aos familiares, aos amigos e companheiros de jornada, a todos nós!
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