Bastão de Arrimo

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Capítulo XV

O lema

“Nosso lema ainda é trabalhar e perdoar para seguirmos contentes.”


Minha querida mamãe, Jesus nos sustente a esperança de vitória completa, no seio das lutas a que fomos convocados.

Nossa viagem adianta-se pelo mar das provas a dentro… Há dias em que a falta de seu carinho direto me impõe indizível secura ao espírito. É então, quando preciso deixar por alguns instantes a embarcação em que navego para buscar a nave acolhedora de seu coração e pousar dentro dele, à feição do pássaro sequioso do ninho.

As suas preces, nesses instantes são lâmpadas vivas para mim e ganho forças novas para seguir, lado a lado, com a sua devoção, suportando ventanias e superando perigos, até que, um dia, abrigados no porto da redenção, possamos fruir os júbilos da união imperecível.

Como vê, mamãe, suas saudades imanifestas são as minhas. Vivemos juntos, embora separados aparentemente. Suas vigílias me afastam do repouso e suas pequenas e raras horas de esperança e êxtase íntimo, na comunhão com a fé viva, é que são realmente o meu descanso.

Nosso lema ainda é “trabalhar e perdoar” para seguirmos contentes. Graças a Deus, o seu espírito tem sabido aproveitar todas as dádivas celestiais.

Forças do Mais Alto alentam-lhe a alma, assim quanto ocorre comigo mesmo, entretanto, sei que os dissabores são enormes e rudes, mas confiados a essa fonte divina que nos reforma as energias, não sucumbiremos na viagem lenta, mas segura, dolorosa, mas sublime, ante as perspectivas de nossa perfeita integração no futuro.

Mantenho, ao seu lado, o mesmo espírito de colaboração na melhoria dos meninos e conto com a sua renúncia até o fim. “I”… necessita realmente de muita vigilância e carinho, energia e doçura. Sei que é difícil conciliar esses remédios numa dosagem só, todavia, mamãe, a prece nos ensinará sempre as melhores normas de ação.

Papai anda enfermo na intimidade da ação orgânica. Envolvamo-lo, porém, no círculo de nossas orações, e Jesus fará por ele aquilo que ainda não podemos fazer.

Wanda vai melhor e espero em Deus continue interessada nos assuntos de natureza superior.

Nonô e Carmem Sílvia estão sempre sob os nossos cuidados e continuo pedindo ao Céu nos ajude a encaminhá-los para o bem. O Alto nos amparará sempre.

Estou muito esperançoso e trabalhando muito. O serviço aqui gera felicidade e segurança e alegra-me pensar que tudo venho fazendo pelo bem de nós dois.

Adeus mamãe. A noite avança, e prosseguirei escrevendo no livro do seu coração. Guarde meu abraço muito carinhoso, com beijos de gratidão e amor de seu




Mensagem psicografada no dia 21/03/1950, em Pedro Leopoldo, na presença de Dª Adélia, mãe de William.


Referência à enfermidade do fígado do Sr. Aníbal de Figueiredo, pai de William, enfermidade esta que o levou ao túmulo três anos mais tarde.



William
Francisco Cândido Xavier


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