Caminhos de Volta

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Capítulo XIII

Sobre a criança


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As notícias da imprensa, nos últimos dias, referentes a crianças rejeitadas, induziram os nossos amigos, em visita ao nosso ambiente de trabalho espiritual, a longos comentários sobre a infância. Crianças abandonadas, enjeitadas, desprotegidas, doentes, problemas de aborto e lutas dos pequeninos pela sobrevivência foram os assuntos de nossa conversação antes da reunião, dando-nos o desejo de prosseguir nos mesmos temas.

Iniciada a reunião, O Evangelho Segundo o Espiritismo () nos ofereceu para estudo o item 18 do capítulo XIII, sobre os órfãos. As explanações a respeito foram muito felizes. Ao fim da reunião foi lida a mensagem de nosso caro Emmanuel.


ANTE OS PEQUENINOS

Observa a criança e reconsidera o tratamento que talvez lhe tenhas dado até agora.

Sabes desincumbir-te dos compromissos para com os adultos; respeitar os semelhantes; instruir os companheiros menos cultos quanto à orientação no próprio caminho; auxiliar aqueles outros irmãos que te pedem simpatia e consolo. Considera os pequeninos que se ajustam à existência e faze o mesmo.

Não prometas à criança o que não hás de cumprir e guia-lhe o passo, sempre que a vejas órfã de rumo.

Não nos referimos unicamente aos rebentos humanos que se desenvolvem no chão das necessidades materiais.

Estejam eles — os pequeninos — em ásperas provas no mundo ou acobertados pelo reconforto doméstico, são, todos eles, Espíritos sedentos de apoio e luz na marcha evolutiva que lhes compete realizar.

Não lhes imponhas rejeição ou sofrimento a pretexto de penúria nem lhes relegues a vida ao abandono, na suposição de que a assistência puramente mercenária lhes resolva os problemas.

Aceita-os e convive com eles nos alicerces da sinceridade que te caracteriza o trato com os amigos amadurecidos nos melhores raciocínios da Humanidade.

Nem fantasia. Nem violência. Atenção e amor.

Verdade humanizada e entendimento constante.

Culto de bondade e prestação de serviço, nos mesmos recursos de que te utilizas na edificação dos afetos que te rodeiam.

Leva teus filhos ao pediatra e ao dentista, ao cabeleireiro e ao alfaiate, satisfazendo às exigências da vida comum.

Não olvides conduzi-los à ideia de Deus e às lições vivas do bem, a fim de que se lhes modele o coração para a Vida Superior.

És a imagem. A criança é a objetiva.

Ou, melhor considerando, a criança é a terra adubada em que semeamos. E de toda plantação que lhe dermos, os frutos correspondentes virão depois.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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