Caminhos de Volta

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Capítulo XIV

Um quadro de lágrimas


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Visitamos, ontem, com alguns amigos, um pequeno, de doze a treze anos de idade, em cidade próxima. Mudo e completamente inibido na vida mental, apenas chora e emite sons ininteligíveis.

De volta ao lar, ainda impressionados com a prova dessa criança em grande luta espiritual, reunimo-nos em prece. Ligeiro culto de oração, recordando o quadro de lágrimas que víramos. O Livro dos Espíritos () ofereceu-nos para reflexão a questão 371.

Depois da leitura e rápidos comentários, o poeta Epiphanio Leite trouxe-nos o soneto “Gênio Enfermo”, em clara correlação com o problema do menino em sofrimento.


GÊNIO ENFERMO

(Versos ao culto amigo que espalhava ateísmo e violência, através da palavra falada e escrita, na última década do século XVIII, suscitando rebeldia e delinquência, e que, presentemente reencontrei, na condição de Espírito em reajuste, na provação da idiotia.)


Lembro-te, caro amigo… O gênio agindo às cegas,

Lanças violência e fel nas multidões que arrastas.

Ouço-te na memória as negações nefastas…

Escreves e destróis… Falas e desagregas…


Quanto crime a surgir dos princípios que pregas!…

Um dia, vem a morte ao campo que desgastas…

No Além, sofres a culpa de que não te afastas,

Rogas socorro ao Céu nos grilhões que carregas…


Agora reencontrei-te em aldeia remota.

Habitas outro corpo e choras mudo e idiota…

Ah! quanto sinto a luta em que te vejo imerso!…


Mas louva a provação que te aponta o futuro.

Na dor, terás de novo o pensamento puro,

Refletindo, em ti mesmo, as bênçãos do Universo.




Epiphanio Leite
Francisco Cândido Xavier


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