Caminhos de Volta

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Capítulo XXXIX

Tempo de agitação


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Iniciada a nossa reunião pública, O Evangelho Segundo o Espiritismo () nos deu o item 6 do seu capítulo IX, que provocou os melhores comentários. Reportaram-se os comentaristas aos traços dominantes da agitação que se observa em nosso tempo. Desentendimentos e antagonismos sem razão, gerando dificuldades no relacionamento comum, foram comentados, trazendo-se à baila casos lamentáveis em que, de simples desacordos de opiniões, surgem atos de selvageria e delinquência.

Encerrando as tarefas, Emmanuel trouxe-nos à meditação o seu “Diálogo Curativo”.


DIÁLOGO CURATIVO

Observa a extensão do sofrimento humano e faze do verbo um instrumento de alívio e paz.

Em torno dos próprios passos, encontrarás os doentes da alma a surgirem de todas as direções:

os que trouxeram desajustes psicológicos de outras existências apresentando traumas obscuros no campo da mente;

os que não puderam atender aos compromissos assumidos e jornadeiam no mundo, desgostosos consigo mesmos;

os desesperados, que caminham nas orlas da delinquência

e os aflitos, quase todos eles vinculados a processos de angústia.


Todos são enfermos da alma que devem ser medicados, acima de tudo, pelo diálogo curativo.

Em casa, compadece-te dos familiares e procura irradiar a luz do entendimento que estabeleça tranquilidade e segurança;

no grupo de trabalho, quanto possível, transforma-te em exaustor das confidências amargas, trocando incompreensão por bondade ou azedume por bênção;

nas manifestações de caráter público, seleciona os conceitos que te vistam ideias e pareceres a fim de que não venhas a estimular violência ou discórdia;

e, nas vias públicas, mobiliza solidariedade e gentileza, diminuindo o cansaço e a solidão naqueles companheiros que suportam conflitos e provações que talvez desconheças.


Não carregues a voz com vibrações fulminantes, diante da intemperança que surpreendas em vozes alheias, de vez que não curarás um doente, fazendo-te mais doente, especialmente no caso em que te vejas diante de determinado adversário ou de suposto agressor.

Coloca-te no lugar do próximo e imagina como seriam as tuas reações se alguém te falasse com desconsideração ou vinagre.

Quanto maior a turvação ambiente, maior o desequilíbrio mental em derredor de nós.

E quanto mais a desarmonia nos envolva, mais imperiosa se revela a necessidade da conversação curativa, capaz de suprimir moléstias e obsessões no nascedouro.

Seja qual for a circunstância em que te encontres, condimenta o que digas com bondade e compreensão.

Todos sabemos que, na Terra, sobram incêndios de rebeldia e tribulação, sofrimentos e lágrimas.

O Senhor, porém, não espera de nós outros qualquer fórmula milagrosa que venha a extinguir, de imediato, as labaredas da perturbação; entretanto, onde estivermos e com quem estivermos, pede o nosso copo de água fria.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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