Caminhos do Amor, Os
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Não julgues, nem recrimines Irmãos que vês em festança, Às vezes, quem grita e dança, No auge da exaltação, Tem no peito atormentado Um vaso de fogo lento, Argila de sofrimento Em forma de coração. Esse homem que se agita, Em gestos de embriagado, É um amigo abandonado Pela esposa que o não quer… Possui filhinhos chorosos, Rogando a materna estima, É um palhaço que lastima A deserção da mulher. Aquela jovem que passa, Gingando, descontraída, É quase pobre suicida Pelas angústias que traz, Quis ser livre sem trabalho, Mas correu e caiu fundo, Nos desencantos do mundo, Entre os quais sofre sem paz. Outro transporta consigo Amarga doença oculta; Em outro, o que mais avulta É a roupagem de esplendor; No entanto, o que mais sente Nas explosões de alegria, É a solidão que irradia A triste fome de amor. Nunca reproves. Respeita. Eu também nos tempos idos, Cantei, guardando gemidos, Lamentando os erros meus!… Às vezes; quem grita e ginga, Tangendo guisos por fora, Por dentro é alguém que chora Buscando a bênção de Deus. |
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