Cartas do Alto
Versão para cópiaPasso a passo
Todos nós — os Espíritos em evolução na Terra — somos seres incompletos, reclamando educação e aperfeiçoamento. Somos criaturas humanas, diremos nós, e a vida acrescenta que somos criados para a aquisição de qualidades divinas. Reflitamos nisso e ser-nos-á fácil reconhecer que tão-só entraremos na posse de semelhantes luzes confiando-nos a elas pelo trabalho persistente no bem de todos até que a sombra da nossa inferioridade se dissipe inteiramente.
Iniciemo-nos pelos degraus mais simples.
Sabemos que o egoísmo nos enregela. Empenhemo-nos a desterrá-lo de nós, abrindo-nos ao influxo da abnegação tanto quanto se nos faça isso possível.
Estamos convencidos de que o ressentimento nos induz ao desequilíbrio. Dediquemo-nos a perdoar todas as ofensas, sejam quais forem, procurando claramente esquecê-las.
Não ignoramos que o hábito de reclamar contra as faltas alheias nos emoldura a imagem pessoal na aspereza e na antipatia suscetíveis de nos entravarem a marcha rumo à frente.
Eduquemos os próprios impulsos na escola da compreensão e da paciência, e, para logo, perceberemos que os outros não conseguem efetuar o aprimoramento espontâneo carregando impedimentos e lutas que também nos ocorrem.
Não desconhecemos que a sovinice nos resseca o sentimento.
Aprendamos a doar do que sejamos e do que temos a benefício do próximo, a fim de desabotoar, no próprio íntimo, as fontes do amor sempre mais puro.
A pedra, antes de transfigurar-se em obra-prima, é talhada e burilada segundo o plano a que deva servir.
Disciplina precede espontaneidade.
O mal expressando ignorância e a treva, significando o erro da perturbação a que tantas vezes nos arrojamos sem perceber, constituem o montante de nossas imperfeições a manifestar-se, entretanto quanto mais nos entregarmos ao bem e à luz mais amplamente conquistaremos as qualidades divinas a que todos nós nos endereçamos, porque o bem e a luz em nós são, em tudo, a parte crescente e inalienável de Deus.
Reformador — Maio de 1975.
Segundo consta do original, a página foi recebida em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 03/09/1971, em Uberaba, Minas Gerais.
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