Cartas do Alto

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Capítulo LXXV

Mãe


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Nunca te esqueço os dedos de veludo,
Quando me carregavas no regaço…
Caí da imensidão azul do Espaço
Qual pássaro da noite, triste e mudo.

Cresci… Estás em tudo quanto faço…
No entanto abandonei o lar, o estudo,
Até que do prazer me desiludo
Arrasado de tédio e de cansaço.


Onde a estrela sublime do Universo,
Em que sintas a dor que há no meu verso?
Vem a mim, alma linda! Vence a bruma!


Quanto amor temos nós, no mundo inquieto,
Desde a ligeira estima ao grande afeto?
Mãe, porém, ante Deus, só tem uma!





Reformador — Maio de 1989.


Segundo consta do original, o soneto foi recebido em reunião pública da noite de 07/02/1988, no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas Gerais.



Antônio Barros
Francisco Cândido Xavier


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