Cartas do Coração

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Capítulo XLI

Ampara sempre


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Se a treva do mal procura

Mergulhar-te na amargura,

Não te aflijas, meu irmão!…

Olvida o fel que te invade

E acende a luz da bondade

No templo do coração.


Muitas vezes a ironia,

Sob a cólera sombria,

É grito de angústia e dor.

Alma revolta na vida

É como a terra ferida,

Necessitada de amor.


Ampara sempre… O Caminho

Nem sempre será de arminho

Que te convide a cantar.

Terás, igualmente, um dia,

A luta, o pranto e a agonia

Por viver e atravessar.


Alguém clama ou desespera?

Silêncio! Trabalha e espera

Na alegria calma e sã…

Sobre a noite brilha a aurora

E, além das sombras de agora,

O dia volta amanhã.




João de Deus
Francisco Cândido Xavier


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