Cartilha da Natureza

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Capítulo XXIX

A canga

Pleno campo, céu de anil,

Que o sol dourado ilumina,

A primavera traz flores

De fragrância peregrina.


Em tudo palpita o belo

Na sublime transcendência,

Das dádivas generosas

Da Divina Providência.


Os bois, porém, desconhecem

Se há mistérios da beleza

E gastam no atrito longo

As forças da Natureza.


Acende-se a luta enorme,

Chifradas, golpes violentos,

Ruído ensurdecedor,

Pêlos rotos, pés sangrentos.


Há flores espatifadas

Nos caminhos da abundância,

É cegueira, dor e morte

Em males da ignorância.


Mas, um dia, o lavrador,

Notando a exigência ativa,

Vendo a zona perturbada,

Traz a canga educativa.


Os brigões acham de novo

A paz, a harmonia, o bem.

O sofrimento em conjunto

É o campo que lhes convém.


Toleram-se mutuamente

Sem rixas nem desatinos,

E aprendem a trabalhar

Sem desprezo aos dons divinos.


Muita vez também, no mundo,

Parentesco e obrigação,

São recursos necessários

Às luzes da educação.


Amigo, se estás na canga

De lutas indefinidas,

Não fujas, atende a Deus,

Cura os males de outras vidas.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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