Cartilha da Natureza
Versão para cópiaA canga
Pleno campo, céu de anil, Que o sol dourado ilumina, A primavera traz flores De fragrância peregrina. Em tudo palpita o belo Na sublime transcendência, Das dádivas generosas Da Divina Providência. Os bois, porém, desconhecem Se há mistérios da beleza E gastam no atrito longo As forças da Natureza. Acende-se a luta enorme, Chifradas, golpes violentos, Ruído ensurdecedor, Pêlos rotos, pés sangrentos. Há flores espatifadas Nos caminhos da abundância, É cegueira, dor e morte Em males da ignorância. Mas, um dia, o lavrador, Notando a exigência ativa, Vendo a zona perturbada, Traz a canga educativa. Os brigões acham de novo A paz, a harmonia, o bem. O sofrimento em conjunto É o campo que lhes convém. Toleram-se mutuamente Sem rixas nem desatinos, E aprendem a trabalhar Sem desprezo aos dons divinos. Muita vez também, no mundo, Parentesco e obrigação, São recursos necessários Às luzes da educação. Amigo, se estás na canga De lutas indefinidas, Não fujas, atende a Deus, Cura os males de outras vidas. |
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