Cartilha da Natureza

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Capítulo XXXIV

O tijolo

Dos serviços da olaria,

Onde há lama em desconsolo,

É justo aqui salientar

As sugestões do tijolo.


Barro pobre e ignorado,

Extraído em baixo nível,

A princípio não parece

Mais que lama desprezível.


Batido, dilacerado,

Ao peso do amassador,

É pasta lodosa e humilde

Do subsolo inferior.


Após o rigor imenso

De luta grande e escabrosa,

Levado ao forno candente,

Sofre a queima dolorosa.


Apagado o fogo rude,

O tijolo pequenino,

Embora a modéstia enorme,

É retângulo divino.


Saiu da lama humilhada,

Foi pisado de aspereza,

Foi queimado, mas agora

É base de fortaleza.


Apesar da pequenez,

É a nota amiga e segura,

Que constrói bondosamente

A casa da criatura.


É a bênção, filha do pó,

Que as fornalhas não consomem,

É terra purificada,

Servindo de abrigo ao homem.


Procura, amigo, entender

Este símbolo profundo:

Não te esqueças do trabalho

Na olaria deste mundo.


Tão logo purificares

O barro inferior do mal,

A experiência é o tijolo

Em tua casa imortal.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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