Cartilha da Natureza

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Capítulo XLVII

A ponte

Onde a estrada se biparte,

Parando sem que prossiga,

Manda o Pai que se construa

A ponte bondosa e amiga.


Consagrada ao bem dos outros,

Todo instante, atenta a isso,

Dom dos céus a revelar

O espírito de serviço.


Suspensa sobre as alturas,

Onde uma queda ameaça,

Sem privilégio a ninguém,

A ponte serve a quem passa.


Sempre pronta no caminho,

No seu esforço incessante,

Todo o tempo, dia e noite,

É bondade vigilante.


Sanando dificuldades,

Dá-se ao que vai e ao que vem,

Pratica com todo o mundo

A divina lei do bem.


Por gozar-lhe toda hora

Seu constante e terno amor,

Os homens nunca refletem

Na extensão do seu valor.


Muita vez é necessário,

Para que o possam sentir,

Que em meio da tempestade

A ponte venha a cair.


No instante em que cada qual

Vê que o bem próprio periga,

Já ninguém mais desconhece

Quem era essa grande amiga.


A ponte silenciosa,

No esforço fiel e ativo,

É um apelo à lei do amor ,

Sempre novo, sempre vivo.


Vendo-a nobre e generosa,

Servindo sem altivez,

Convém saber se já fomos

Como a ponte alguma vez.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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