Cartilha da Natureza

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Capítulo V

O lixo


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Cada dia, a residência

Que a higiene ensine e ajude,

Lança fora todo o lixo

Na defesa da saúde.


Grandes cestos, grandes latas,

Guardando detrito escuro,

Enchem grandes carroçadas

Que seguem para o monturo.


Contemplando o movimento,

Lembremos que a sujidade,

Muita vez foi qualquer coisa

Em plano de utilidade.


Roupa usada, vestes rotas,

Velhas peças carunchosas,

Em outros tempos já foram

Queridas e preciosas.


Ornatos apodrecidos,

Tristes lâmpadas sem lume,

Conheceram muitas vezes

Festa e luz, vida e perfume.


Resumem, contudo, agora,

O lixo que não convém,

Escuro e pernicioso,

Contrário à saúde e ao bem.


Para ele, em todo o mundo,

A casa nobre e educada

Reserva, cada manhã,

A bênção da vassourada.


Se não tem função de esterco,

Junto à terra menos rica,

Vai ao fogo generoso,

Que renova e purifica.


Na esfera de ensinamento

Da verdade sempre igual,

O lixo personifica

A estranha expressão do mal.


Escuta! se o bem de ontem

Hoje é mal e sofrimento,

Não deixes de procurar

Os cestos do esquecimento.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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