Cartilha da Natureza

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Capítulo LIV

A montanha


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Dentre todas as paisagens,

Talvez a mais bela e estranha,

É aquela que se observa

Na solidão da montanha.


Dura e estéril muitas vezes,

Deserta, triste, empedrada,

A montanha nos parece

A terra amaldiçoada.


Entre as rochas do seu corpo,

Florescem cardos somente;

Flores rudes e espinhosas

Da soledade inclemente.


Seus píncaros elevados,

Na figura da paisagem,

Chamam somente a atenção

Do espírito de coragem.


Comparada ao movimento

Do vale em relva macia,

Fornece a impressão penosa

Da aridez e da agonia.


Entretanto, em todo tempo,

É a sua força que encerra

O amparo caricioso

Aos vales de toda a Terra.


Sem sua dureza agreste,

Repleta de solidão,

As planícies morreriam

Por falta de proteção.


É ela a mão silenciosa

Da energia que produz;

No seu cume nunca há sombras,

Seu dia inteiro é de luz.


No mundo, as almas do amor,

Mais sábias, mais elevadas,

São montanhas que parecem

Estéreis e desprezadas.


Todavia, é o sacrifício,

De sua desolação,

Que sustenta em toda a vida

Os vales da evolução.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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