Cartilha da Natureza

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Capítulo LXVII

O cipó

Sobre a árvore frondosa

Que mostra calma infinita,

Abraçada ao tronco forte

Lá se vai o parasita.


Não atinge o cerne, a seiva,

Mas, buscando a copa, as flores,

Enrodilha-se, teimoso,

Nas cascas exteriores.


Agarrado tenazmente,

Vai subindo vagaroso,

Alcançando o cume verde

Do arbusto generoso.


Aboletado nos cimos

Do castelo de verdura,

O cipó audacioso

Aparenta grande altura.


Deita flores opulentas

De expressão parasitária,

Avassalando a nobreza

Da árvore centenária.


Recebe os beijos do Sol,

Embala-se na ternura

Da carícia perfumosa,

Da brisa mais alta e pura.


Mas, vem o dia em que o Pai

Na lei de renovação,

Chama o tronco nobre e velho.

As bênçãos da mutação.


É aí que o cipó vaidoso

Demonstra o que não parece,

Voltando ao pó do chão duro,

Para as zonas que merece.


Quanta gente brilha ao alto,

E, no fundo, inspira dó?

Há milhões de criaturas

Vivendo como o cipó.


Jamais olvides a lei

De trabalho e obrigação,

Não queiras mostrar-te ao alto

À custa do teu irmão.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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