Cartilha da Natureza

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Capítulo LXXII

O voo

Aos que aprendam no silêncio,

Sem sombras e sem entraves,

Há sempre grandes lições

No voo comum das aves.


Todas elas têm nas asas

Um dom formoso e excelente,

Mas cada grupo utiliza-o

De maneira diferente.


Recordemos que a avestruz,

Exemplo que mais destoa,

É a maior das grandes aves,

Muito bela, mas não voa.


As galinhas igualmente,

Queridas e admiradas,

Se voam alguns segundos,

Caem trêmulas, cansadas.


Os patos, perus e gansos,

De grande conformação,

Toleram somente os voos

Que os arrastem junto ao chão.


Os corvos pairam no alto,

Mas o abutre da preguiça

Aproveita a elevação

Para a busca de carniça.


As andorinhas, porém,

Librando no azul da esfera,

Esquecem o inverno e a lama,

Procurando a primavera.


A pomba bondosa e terna

Sobe, sobe, além dos montes,

E presta serviços nobres

Devorando os horizontes.


Entre os homens, vê-se o mesmo,

Nos caminhos da existência;

A ninguém falta na, Terra

As asas da inteligência.


Há, porém, muita avestruz,

Muitos corvos e galinhas,

E em todo o lugar são raras

As pombas e as andorinhas.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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