Cartilha da Natureza

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Capítulo LXXVII

A aranha


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Geralmente, em toda parte,

No ângulo mais sombrio

Dos recantos desprezados,

Vem a aranha e tece o fio.


Escura, silenciosa,

Atendendo ao próprio instinto,

Seja dia, seja noite,

Vai fazendo o labirinto.


Por manter o enorme enredo,

Insiste e nunca esmorece,

Condenar-se por si mesma

É seu único interesse.


Desdobrando movimentos

Nos impulsos insensatos,

Pratica perseguições,

Multiplica assassinatos.


Insetos despreocupados,

Na ilusão cariciosa,

Transformam-se em prisioneiros

Da pequena criminosa.


Satisfeita, a aranha escura

Prossegue na horrenda lida,

Nos venenos que segrega

Traz a morte e suga a vida.


Mas um dia, o espanador,

Na luta material,

Vem e arranca essa infeliz

Das teias de horror do mal.


A aranha, porém, não cede,

Com teimosia e com arte,

Foge ao bem que se lhe fez,

E vai tecer noutra parte.


Quem medita na conduta

Dessa aranha renitente,

Encontra a cópia fiel

Da vida de muita gente.


A muitos presos do engano,

Deus envia a dor e as provas;

Mas, depois de libertados,

Vão prender-se em redes novas.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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