Cartilha da Natureza

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Capítulo LXXVIII

A boneca

Quase em todos os lugares,

Vencendo tempo e distância,

A boneca sempre atrai

A grande atenção da infância.


Em torno dela palpitam

Mil castelos pequeninos;

É a doce futilidade

Do coração dos meninos.


Nesses campos infantis

Há luta, rixa, esperança…

É tão frívola a boneca!

Mas faz feliz a criança.


Na casinha de brinquedo,

No princípio nobre e puro,

É que se forma o programa

Das construções do futuro.


Sabem disso os pais bondosos

E, notando a experiência,

Atendem aos pequeninos

Sem recursos à violência.


Não dilatam fantasias,

Não mentem por enganar,

Mas se valem da boneca

No intuito de ensinar.


Cada coisa, cada gesto,

Da mais ínfima expressão,

São vistos e aproveitados

Na esfera da educação.


A boneca inanimada

Constitui sempre o motivo,

De lições maravilhosas,

De trabalho evolutivo.


Há no mundo muitos homens,

Sem propósitos do mal,

Que guardam muitas bonecas

Da infância espiritual.


Junto deles, não condenes,

Não tenhas reprovação,

Não te faças de menino,

Jamais lhes negues a mão.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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