Cartilha da Natureza
Versão para cópiaO remédio
O doente neste mundo, Que deseje melhorar, Jamais encontra remédio Saboroso ao paladar. Por ministrar reconforto, Fazendo caminho à cura, O melhor medicamento Tem ressaibos de amargura. Todo enfermo esclarecido, De senso nobre e louvável, Já sabe que seu remédio Tem gosto desagradável. Se a moléstia é renitente, Mais áspera e mais revel, A justa medicação Amarga, sabendo a fel. Por vezes, a beberagem Não basta à restauração, É preciso o bisturi Na zona de intervenção. Contra o campo infeccioso, Providência compulsória, Angústias do pensamento Sobre a mesa operatória. Há remédios variados: Purgante, choque, sangria, Compressas e pedilúvios, Recursos de cirurgia. Sempre o fel do sofrimento Amigo, reparador, Tortura que retifica A dor que remove a dor. Se é tão grande o sacrifício No campo da cura externa, Pondera sobre o equilíbrio Necessário à vida eterna. Nos dias de grandes dores, Vive a fé, guarda-te em calma. Grandes males no teu corpo São remédios na tua alma. |
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