Cartilha da Natureza

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Capítulo XCVI

A capa

Enquanto vibra o calor

Do verão, em luz florida,

A capa confortadora

Permanece recolhida.


Em tudo há sol claro e quente,

Após a bênção do orvalho…

Oculta-se a capa amiga

Nas reservas de agasalho.


Entretanto, chega um dia,

Que surge na imensidade,

Envolto de sombras frias

E sopros de tempestade.


Rajadas dilacerantes

Invadem a atmosfera,

Não mais a carícia doce

Das tardes de primavera.


De outras vezes, muito embora

Cesse a grande ventania,

Continua o inverno forte,

Torturando noite e dia.


Ar gelado, névoas densas

Ao longo de toda a estrada,

Se a neve não cai do céu,

A terra sofre a geada.


É quando a capa bondosa

Aparece no caminho,

Como a terna mensageira

Do consolo e do carinho.


Requestada em toda a parte,

No tempo frio e brumoso,

Trabalha, conforta e ajuda,

Sem as pausas do repouso.


Assim, no inverno das dores

Que trazem desolação,

A crença é a capa celeste

Que agasalha o coração.


Mas no mundo há muito crente,

Que quando padece e chora,

Desatende a Providência

E atira com a capa fora.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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