Cartilha da Natureza

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Capítulo XCVII

O faroleiro

Enquanto o leque da noite

Agrava a sombra e o perigo,

A distância, eis que se acende

O farol bondoso e amigo.


A luz define os caminhos,

Mostra o vulto dos rochedos,

Pode o barco prosseguir,

A treva não tem segredos.


Tudo é noite sobre o abismo,

Mas na torre existe alguém,

Atento em manter a luz,

Disposto a fazer o bem.


É o faroleiro. Em silêncio

Clareia a amplidão do mar,

Determina o rumo certo

E atende sem perguntar.


Navios maravilhosos,

Em prodígios de conforto,

Recebem-lhe o benefício

E seguem, de porto a porto.


Passam barcos de descanso,

Jangadas laboriosas…

O farol ajuda sempre

Sem perguntas ociosas.


Todos devem ao farol,

Do comando ao marinheiro,

Mas quase ninguém conhece

As dores do faroleiro.


Por servir e auxiliar,

Aceita uma condição:

A vida de insulamento

Muita vez em privação.


Se ouvirmos as grandes vozes

Da verdade soberana,

Na Terra acontece o mesmo

Nos mares da luta humana.


Quem possa trazer mais luz

Vive em campo solitário,

Tal qual o Mestre Amoroso

Da torre em cruz do Calvário.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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