Cartilha da Natureza

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Capítulo XCVIII

O cemitério


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Tristeza, luto e silêncio,

Desolação e amargor.

O quadro de um cemitério

Inspira saudade e dor.


Aqui, lápides custosas,

Ali, raros mausoléus,

Anjos de pedra apontando

A cúpula azul dos céus.


Além, sepulturas pobres,

Sem o mármore das lousas,

Que se confundem sem palmas

No seio comum das coisas.


Em uns, a ambição pomposa

Que se estende à própria morte;

Em outros, o esquecimento,

Contrastes das mãos da sorte.


Mas em todos os recantos,

A realidade e a lição

Do túmulo: o estojo triste

De sombras e podridão.


E o cemitério descansa

Em triste serenidade,

Assinalando em silêncio

O fim de toda a vaidade.


No entanto, entre as cruzes mortas,

Sobre corpos verminados,

A primavera traz lírios

Risonhos e perfumados.


Cantam rosas de alegria

Sobre as dores da tristeza;

O cipreste enfeita os dias

E as noites da Natureza.


Já observaste? No mundo,

Nos trilhos mais viciados,

Temos sido muitas vezes

Como “túmulos caiados”.


Mas Jesus que é o Jardineiro

Da paz, do amor, da bonança,

Faz florir em nossas trevas

Seus caminhos de esperança.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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