Chico no Monte Carmelo

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Capítulo X

O patrono Padre Victor

Na noite de 22 de dezembro de 1956, no “Centro Espírita Humildade, Amor e Luz”, o medianeiro Chico Xavier, recebeu comovente página, simplesmente denominada MENSAGEM.

Assina-a o Espírito de Francisco de Paulo Victor.

Trata-se de dedicado espírito que quando de sua última encarnação foi sacerdote da Igreja Católica, na região Sul de Minas. No belíssimo livro “Chico Xavier Mandato de Amor” — UEM, segundo criterioso relato feito pelo distinto e caroável irmão Arnaldo Rocha, o Chico, em se manifestando a respeito de Padre Victor, informa: “Padre Victor é um espírito muito bom e venerado nessas regiões e em todo o Sul de nosso Estado…”

Na década de 1940, o “Humildade, Amor e Luz” mantinha em seu salão principal, belíssima tela retratando o bondoso patrono.

Por considerações doutrinárias, que desaconselham que nos locais das reuniões nas casas espíritas contenham retratos, símbolos, dizeres, etc., geralmente plasmadores da fé empírica, e sendo a Doutrina Espírita avessa ao culto exterior, combinou-se de tirar os retratos ali existentes, inclusive a tela em referência, que media aproximadamente 1 metro por 60 centímetros. Por consenso geral, a tela foi retirada, pelas razões expostas.

Francisco de Paula Victor é o bondoso patrono da Casa. Chico, até aquele momento, ignorava o fato, mas a mensagem que ora se insere, tem como teor, a orientação de pai para filhos. É roteiro seguro de experiente pastor conduzindo ovelhas.

Dois aspectos sensibilizadores há que se destacar. A mensagem mostra o luminoso Espírito que sempre foi Padre Victor, voltando humilde como sempre, mas seguro. E inegavelmente, registra-se uma vez mais, a exuberância e a beleza da mediunidade com Jesus, posta em prática pelo querido companheiro Chico Xavier.




MENSAGEM


Filhos abençoados,

Louvado seja o Senhor, concedendo-nos as bênçãos da Humildade, da Luz e do Amor, para que não nos faltem segurança e paz ao caminho.

Não obstante a ausência de palavras escritas, mais intensivamente, como seria de desejar, crede que nós, os velhos companheiros, continuamos ao vosso lado, amparando-nos uns aos outros.

Nessas paredes amigas, em todas as horas de luta, constituem para nossas almas a afeição exterior do santuário em que identificamos na fé, simbolizando o coração materializado de nossos sonhos.

Aqui temos aprendido a lição da fraternidade, recolhido as bênçãos do Céu e assimilado o conhecimento superior… Aqui, filhos meus, à maneira de privilegiado rebanho, temos obtido de Jesus, Nosso Divino Pastor, a mensagem renovadora de nossas vidas… E aqui, com Ele, temos encontrado no Espiritismo o nosso programa de redenção.

É por isso que nossas alegrias e nossas lágrimas vibram juntas. Embora intangíveis, em nossa condição espiritual, diante de vossos problemas na reencarnação, comungamos convosco as mesmas inspirações e os mesmos anseios. Seja aqui, na intimidade de nossas preces, ou na experiência pública, somos aqueles companheiros, reunidos no santuário da amizade, integrados mutuamente nas mesmas tarefas, entrelaçando sentimentos e braços nas realizações que o Senhor nos confia.

Nesse espírito, pois, de compreensão e confiança, solicitamos a todos para que não venham a menosprezar o continuísmo de nossas obrigações.

Uma casa espírita não é apenas uma escola da inteligência que nos ajuda a pensar, mas, acima de tudo, um cibório de almas, em que podemos e devemos irmanar os nossos ideais em Jesus.

Façamos, assim, de nossa instituição, ainda e sempre, a oficina “viva” da caridade e do amor, de trabalho e de estudo, a fim de que o Senhor aqui nos encontre por instrumentos fiéis de sua ilimitada misericórdia.

Possuímos vastas reservas de energia não apenas nos irmãos amadurecidos na responsabilidade e na convicção, no serviço e na luta, mas igualmente, nos rebentos juvenis de nossa fé, cujo entusiasmo e devotamento podem ser canalizados na substancialização dos ensinos de que somos depositários perante a Esfera Superior.

É desse modo indispensável que nossas forças se conjuguem nos santos objetivos do Bem Eterno, de vez que a obra, cristianizadora que nos foi cometida reclama de nós outros, sem exceção, o precioso esforço do próprio exemplo, para que saibamos corresponder às bênçãos da própria vida.

A criança e o necessitado, o doente e o ignorante — regiões vivas de inadiável concurso — exigem-nos especial atenção e a sementeira de nossa Doutrina Consoladora, através da prática salutar e santificante que lhe diz respeito, pede a cada um de nós abnegação e carinho, harmonia e humildade, a fim de que nosso templo, utilizando-nos as forças associadas por valioso combustível, se transforme em chama de amor a benefício de quantos nos partilham a marcha.

Filhos do meu coração, o Espiritismo é a volta do Cristo ao convívio humano, Cristo que nos solicita cooperação infatigável para que seja descrucificado em nossos irmãos que ainda sofrem a pressão do infortúnio e das trevas. O altar do nosso culto, por isso mesmo, é o próprio coração humano vergastado de angústias, para que a vida se faça melhor. E o nosso ofício religioso mais belo, ainda e sempre, será aquele da caridade pura, em que a nossa confiança na providência Divina possa aliviar a dor e atender à necessidade espargindo consolações e estancando lágrimas.

Jesus, à nossa frente, espera por nossa ação mais firme, em seu Evangelho Renovador. E na certeza de que a sua Infinita Bondade jamais nos faltará, na senda a percorrer, no abraço de reconhecimento e carinho em que nos exprimimos, rogamos ao Supremo Senhor nos ilumine e proteja, nos ampare e nos abençoe.




Mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier em reunião pública da noite de 22 de dezembro de 1956, no “Centro Espírita Humildade, Amor e Luz”, na cidade de Monte Carmelo — Minas Gerais.



Francisco de Paula Victor
Francisco Cândido Xavier


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